quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Peças em cartaz

Educação Sentimental do Vampiro
de 11/4 a 18/11
Teatro Popular do SESI (SP) R$ 3 (grátis qua, quin e dom)
É a primeira montagem que a Sutil Companhia de Teatro faz baseada em um autor brasileiro. Conhecido como O Vampiro de Curitiba, Dalton Trevisan teve 18 contos – de seus quase 40 livros – adaptados para o palco. No elenco estão Erica Migon, Guilherme Weber, Jorge Emil, Luiz Damasceno, Magali Biff, Maureen Miranda e Zeca Cenovicz. Sessões: quarta a domingo, às 20h.
Centro Cultural FiespAv. Paulista, 1313, São Paulo
Informações: (11) 3146-7405
http://www.sesisp.com.br/


O Fantasma da Ópera
a partir de 04/01
Teatro Abril (SP) R$ 60 a R$ 200
"O Fantasma da Ópera", musical em cartaz há 19 anos em Londres e há 16 em Nova York, ganha versão no Brasil com texto e músicas em português e um elenco formado só por atores brasileiros. A montagem brasileira busca se igualar às estrangeiras com cenários luxuosos, centenas de figurinos e perucas de época e muitos efeitos especiais.


Galeria 17
Peça baseada baseado no conto Na Galeria, de Franz Kafka.
A encenação se desenvolve em um panorama marcado pelo desfazer de fronteiras entre o teatro, a dança e as artes performáticas, explorando as infinitas possibilidades de experimentação da linguagem cénica. O principal ingrediente é a metamorfose, o fluir constante de uma forma à outra. Metamorfose expressa nos corpos, nas imagens, nas sonoridades, nos suportes
Com: Boa Companhia. Direção: Verônica Fabrini. Com: Daves Otani, Eduardo Osorio, Fabiana Fonseca, Moacir Ferraz e Verônica Fabrini
Estréia:dia 30 de Novembro (sexta) Até 9 de Dezembro, sexta e sábado às 21h e domingo às 20h
Centro Cultural São Paulo Rua Vergueiro, 1000 (Paraíso)
Tel: (11) 3277- 3611
Ingressos: R$ 15,00 (inteira) e R$ 7,50 (meia)
(Dia 20/11: preço R$ 1,90) Duração: 1 hora. Classificação: 16 anos

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Teatro: Além do significado...é essência


A palavra teatro abrange ao menos duas acepções fundamentais o imóvel em que se realizam espetáculos e uma arte específica, transmitida ao público por intermédio do ator. No teatro, público e ator estão um em face do outro durante o desenrolar do espetáculo.
No teatro dramático são essenciais três elementos: o ator, o texto e o público. É preciso que um ator interprete um texto para o público, ou, se quiser alterar a ordem, em função da raiz etimológica.
No teatro além da presença física do ator, é necessário também o cenário, este vale-se de dois elementos procedentes de duas outras artes:a arquitetura e a pintura. O teatro não tem acanhamento de recorrer a elementos musicais. A música, se bem aproveitada, não se reduz ao papel de acompanhamento, mas pode integrar-se na expressão dramática.
A coordenação de elementos dispersos, tomados de diferentes artes, legitimou no teatro, a figura do encenador. A ele incumbe por em cena uma peça, isto é, realizar o espetáculo. Assim como o dramaturgo é o autor do texto, o encenador é o autor do espetáculo. Com a complexidade dos recursos aliciados pelo teatro, compete ao encenador construir a harmonia artística do espetáculo.
O teatro é uma síntese de elementos artísticos e não de artes. O teatro é uma arte secundária. O cenário utiliza da arquitetura e da pintura, alguns dados, mas não se contém numa ou noutra arte: mas nada impede que a cenografia seja mais avançada que as outras artes plásticas.
A síntese de elementos artísticos faz o espetáculo. Espetáculo teatral e teatro podem ser considerados sinônimos, e se confundem com expressão artística específica.
O texto é a parte essencial do drama. Ele é para o drama o que o caroço é para o fruto, o centro sólido em torno do qual vêm ordenar-se os outros elementos. O texto deve ser escrito para a eficácia do espetáculo.
A presença do ator caracteriza o fenômeno do teatro. Parasitário ou não da arte do dramaturgo, essa arte só adquire vida cênica ao ser animada por ele.
Considera-se o ator um instrumentista que usa como instrumento o próprio corpo, voz,expressão, autoridade cênica­­­-tudo ele conjuga, para alimentar o público. Uma vocação inata para o palco lhe é indispensável.Tratando-se de teatro como síntese de elementos artísticos, cabe lembrar que a música participa também do espetáculo. A tragédia grega atribuía a ela com grande importância. A música era assim orgânica na representação. O teatro esmerava-se no propósito de englobar as várias artes.
Pela natureza e pelo comportamento do público se conseguiria traçar o perfil de um teatro.Com o apoio do público, florescem certos espetáculos e mesmo todo um teatro. A história mostra que as artes, como as civilizações, chegam a seu apogeu, e depois declinam, naturalmente não de forma linear e primária. O teatro, passados os períodos áureos da Atenas clássica, da Idade Média, da Inglaterra elisabetana, do século XIX, não encontrou mais o mesmo favor popular, e cedeu o cetro a outros veículos artísticos ou de entretenimento coletivo.
Examinando-se sem ilusões o que leva o público brasileiro a freqüentar o teatro, fundamentalmente se concluirá que é o desejo de divertir-se.
Baseado no livro: Iniciação ao Teatro - Sabato Magaldi

As Múltiplas Tendências do Teatro Contemporâneo

Os temas abordados no teatro contemporâneo eram problemas como a angústia da existência humana, a desintegração da linguagem e a solidão.
O século XX é marcado por questionamentos de valores, essa tendência encontrou em Sarte a Camus seus principais representantes.
Nas peças de Sarte, as personagens são quase sempre colocadas diante de uma situação existencial que lhes impõe decisões marcadas pelo risco da liberdade.
Propondo a escolha lúcida para o próprio destino, Sarte procura uma saída para o dilema da condição humana.
Já os representantes do teatro do absurdo, o mundo é irracional, ilógico e sem objetivos.
Outra tendência, contraria a falta de perspectivas do teatro do absurdo é o teatro-documento, seus representantes destacam-se pela objetividade de pesquisa, linguagem poética e pela rigorosa fidelidade histórica a acontecimentos fundamentais da atualidade.
Refletindo do mundo as alegrias ou as misérias, as pompas ou as desgraças, as frustações ou as esperanças, o teatro se transfigura, se despoja. Na década de 60, o teatro pobre sustenta a relação ator-espectador. O espaço já não é tão importante, pois o espetáculo pode ser realizado tanto entre quatro paredes, quanto ao ar livre.
Procurando reinventar um muno de magias e desnudar a realidade, o teatro moderno tenta reencontrar o aspecto ritualístico de sua origem.

Retirado do livro: Teatro Vivo

A Reteatralização: O Reinado do Diretor

Imprimindo seu estilo pessoal ao espetáculo, os diretores acabaram reinventando o teatro. Um dos primeiros grandes encenadores do teatro moderno foi André Antoine.
Com seu realismo, Antoine pretendia copiar a vida transformando o palco numa grande fotografia.
Suas idéias influenciaram profundamente o teatro da Europa e E.U.A .

Retirado do livro: Teatro Vivo

O Herói Burguês

A predileção por tudo o que é essencial manifestou-se até mesmo nos instantes mais ousados do nosso drama, o drama burguês. Peças que apresentavam o indivíduo condicionado pela realidade do cotidiano. Paralelamente no classicismo alemão Goethe criava dramas burgueses e tragédias movidas por intenções idealistas.
A tragédia romântica do século XIX colocou em cena o super-homem que, mesmo derrotado, vence qualquer adversidade.
Apesar de ganhar riqueza, o drama tornou-se aos poucos obscuro e intelectualizado, afastando-se cada vez mais das multidões.
Incorporado ao Naturalismo ou reagindo as suas imposições, o teatro passou a ser tese, crítica social é mesmo poesia, ora carregando aspectos da realidade cotidiana, ora acentuando traços simbolistas e psicológicos, ou filtrando a objetividade através da ótica expressionista.
Os pioneiros do teatro moderno transitavam de um extreme a outro: do ultra-realismo dos primeiros naturalistas ao realismo fantástico sugerido pela revolução que se operava nas artes plásticas da época. Refletindo mais uma vez as preocupações sociais do momento, o teatro não pode escapar as pinceladas do Abstracionismo, Dadaísmo e Surrealismo. Importante ruptura com a dramaturgia tradicional foi devida a esses movimentos, que rejeitaram qualquer compromisso com o teatro realista convencional.
No século XX, o drama da classe média parecia rejeitar e ao mesmo tempo ambicionar o “teatro total”, que em palavras, gestos, sons, luzes, volumes, cores, movimentos e ritmos de todas as formas de expressão artística; tudo para dar ao espectador uma visão absoluta.

Retirado do livro: Teatro Vivo

O Classicismo Francês

No mesmo momento em que o texto renascia em Londres , os autores franceses lançavam sérias criticas à obra de Shakespeare.
Quando o classicismo invadiu os palcos ingleses, o teatro Shakespeariano passou a ser enquadrado nas regras francesas: as cenas cômicas foram removidas das tragédias, por considerar-se que “violentavam” a unidade de ação. Um dos autores mais prestigiados pela aristocracia e por Luis XIV foi Jean Baptiste Molière. Ao colocar por exemplo Don Juan, O Tartufo, etc, conquistou a fúria dos censores. Suas peças continham mais verdade do que seria desejável.

Retirado do livro: Teatro Vivo

Teatro Elizabetano

William Shakespeare construiu uma literatura teatral vinculada aos aspectos populares do teatro Medieval.Ele adotou essa inovação considerando a separação entre palco e platéia. Mas no conteúdo foi determinado pela estrutura política e social da época.
A obra de Shakespeare foi produzida no período em que a rainha Elizabeth I ( 1558 – 1603) estava no poder. O reflexo do desenvolvimento atingiu as esferas culturais, possibilitando o surgimento dos “talentos universitários”.
Os primeiros dramaturgos profissionais deixaram de escrever exclusivamente para a corte e passaram a apresentar suas peças nos pequenos teatros recém-inaugurados.
Os atores já podiam se apresentar diariamente. No entanto Shakespeare caiu nas garras do puritanismo e a dramaturgia só voltaria aos palcos vinte anos depois.
Retirado do livro: Teatro Vivo

Commedia Dell’Arte - Teatro do Povo

A Commedia Dell’Arte vulgarizou a trama, pó trajes, etc. Permitindo as ator ilimitados recursos da improvisação, o gênero faz do interprete o mais importante elemento do espetáculo teatral. Contudo, a pobreza do texto, provocando desequilíbrios no espetáculo, constituiu o principal fator de sua decadência.
A Commedia Dell’ Arte pode ser considerada o ponto de partida das diferentes formas de teatro do povo, no drama Shakespeariano.

Retirado do livro: Teatro Vivo

A Renascença

Os atores domésticos encenavam peças especialmente escritas para s ocasião, representavam na casa do amo. Estes são herdeiros diretos dos menestréis e bobos da corte.
Com a decadência de famílias ricas e fortalecimento do poder real, os comediantes tiveram a principio que se sustentar por si mesmos.
A centralização da vida cultural nos países europeus serviu de poderoso incentivo para a formação de companhias regulares de teatro.
O teatro sofreu uma evolução: com Gil Vicente & Companhia.
O Brasil teve influência, apoiando-se também nesse drama teatral religioso na época de colonização.
A Comedia Nueva era em teatros públicos surgidos na Espanha (teatro a céu aberto). Esse foi um dos primeiros teatros a se diferenciar das representações da igreja e dos espetáculos encenados na corte.
Na Itália, onde uma rica classe de banqueiros e comerciantes (uma nova cultura artística) aflorou mais rapidamente.

Retirado do livro: Teatro Vivo

Teatro Medieval: Uma Fantástica Visão de Sonho

Na Idade Média os espetáculos profanos provavelmente eram apresentados dentro dos castelos senhoriais, pois a proibição da igreja ainda era forte.Possuía também o monopólio da educação. O menestrel (misto de cantor e jogral) era músico, dançarino, ator, enfim, versátil como poeta culto; tentara o sensacional , as grandes tiradas, a poesia viva. Sofreu hostilidade do clero.
A igreja utilizou o teatro para apresentar as chamadas moralidades( pecados capitais), esse apavorante teatro, a serviço de idéias religiosas; continha ao mesmo tempo rústicos traços de tragédia, comédia e farsa. Com a aproximação de ano 1000 a Igreja passou a pregar o fim do mundo, o julgamento final e o terror da morte. Os homens viviam em estado de constante excitação religiosa, com perseguições, cruzadas e excomunhões de imperadores e reis.Mesmo com o desenvolvimento da vida urbana, ainda se respirou a atmosfera apocalíptica do Juízo Final por muito tempo.Na Espanha passou a se utilizar o teatro para encenar.As encenações tratavam sempre de episódios bíblicos.A Idade Média não criou um edifício teatral próprio, no início só religioso (dentro ou fora das igrejas). Mais tarde transferiu-se para praça pública, que estimulava o comparecimento do povo.

Retirado do livro: Teatro Vivo

Comédia: O Teatro como Brincadeira

A comédia encerrava os festivais atenienses mostrando aos espectadores que o teatro é uma grande brincadeira. Através dessas comédias também eram dirigidas críticas mordazes às instituições e às pessoas notáveis, não escapando nem os próprios deuses. Ao entrar em contato com os gregos,os romanos inseriam-se num novo mundo de possibilidades. Na época do Cristianismo, o povo vibrava com a comédia. No século V a igreja escomungou os atores, mas não foi o suficiente para terminar com os espetáculos. No século seguinte, os teatros foram rigorosamente proibidos de funcionar.

Retirado do livro: Teatro Vivo

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

A Tragédia Grega

No século V a.c, os autores trágicos carregados de emocionalismo, com adereços e com recursos de encenação improvisada, incorporou-se a poesia como núcleo. Substituíram a carroça em praça pública por uma plataforma fixa, um palco em que se podia organizar um espetáculo com atores, coro e arquibancadas, anualmente levantadas para um imenso público.Isto ganhou maior proporção quando se escolheu um local para as representações: o terreno consagrado a Dionísio em Acrópole.No palco os atores fingiam emoções alheias e os assistentes submetiam-se à catarse, que segundo Aristóteles purifica a alma das paixões sufocantes, "ao inspirar, por meio da ficção, certas emoções penosas, especialmente a piedade e o terror, a catarse nos liberta dessas mesmas emoções".Embora mude de forma e conteúdo, através de uma imensa variedade de estilos e de acordo com as preocupações da época, o teatro sempre fala aos sentimentos dos homens.Os deuses tinham forte influência nas histórias para a ação dramática.

Retirado do livro: Teatro Vivo

O Nascimento

Os cidadãos iam na praça do velho mercado de Atenas para ver Téspis "atuar". Ao gritar "eu sou Dionísio" começou uma aventura espiritual que atravessaria os séculos, mesclando a imagem do próprio homem - verdade e fantasia, risos e lágrimas: o nascimento do teatro.

Retirado do livro: Teatro Vivo