sexta-feira, 9 de novembro de 2007

IMPRESSÕES PESSOAIS...

Por Rosangela... " Considero o teatro um manifestação cultural, porém, atualmente, em razão das diversas modalidades de diversão e arte, o teatro, mesmo quando gratuito, não recebe a merecida importância. Vou dar um exemplo, no Céu Aricanduva foi agendada recentemente uma peça teatral intitulada "Os estranhos caminhos de Santiago", todavia, a peça não foi encenada, pois faltou público, detalhe: a peça era gratuita... Já assisti peças infantis e dramas teatrais, foi uma viagem maravilhosa, poder sentir a encenação, é como se eu fizesse parte daquele universo, o teatro, sem dúvidas, é mais impactante que a televisão, não foi por acaso que na ditadura militar existia um forte controle sobre as peças teatrais, dado o poder de influência do teatro".


Por Norley... "Não tive muitas experiências com o teatro, porém, o presente trabalho despertou em mim a curiosidade de ver uma apresentação teatral. Nesse último final de semana assisti a peça chamada "Religare", que é uma peça de cunho religioso, falando sobre a ligação ou re-ligação do ser humano com o universo mítico dos deuses e dinvidades. Um quadro que expressa bem a idéia de religare está na cúpula da Capela Sistina, um afresco feito por Michelangelo no qual a representação de um deus estende sua mão para um homem que tenta desesperadamente tocar seus dedos, como se algo os divessem separados, Religare, ao mesmo tempo uma crítica a essa separação e um despertar à divindade que está em cada um de nós."


Por Roberto... "Adoro o teatro, tento assistir ao menos uma peça por mês, entre as peças a que mais me marcou foi "Entrevista com Frans Kafka", é uma peça com visão modernista do teatro, na qual os atores entram em cena com um roteiro básico e a peça vai se delineando conforme a assitência do público, tal método é chamado de "teatro interativo". A peça fala de um suposto emprego no qual a personagem principal Kafka é o canditado, porém, quando chega para a entrevista de seleção, descobre que já morreu, dai por diante começam todas as tramas sobre a verdade, a mentira, a realidade e a relatividade experienciada.., é uma peça maravilhosa.
De um modo geral o teatro enriquece minha vida, com novas visões, alargando o conceito de mundo no qual eu vivo".


Por Andrea... "A última peça que vi foi O Retrato de Dorian Gray - Oscar Wilde. Como já tinha lido, assistido ao filme adorei ter visto a peça... é diferente a sensação do teatro, é mágico, principalmente quando o diretor consegue ser fiel à obra e usa como recurso os detalhes sutilmente inseridos, nas entrelinas da história... É maravilhoso quando você gosta de ler e acompanha as adaptações feitas de seus livros preferidos. Alguém conhece esta peça? gostaram?"

Por Jandira..., "a arte imita a vida ou é a vida que imita a arte?", assistir uma peça teatral é colocar-se além de si mesmo e perceber como arte e realidade se entrelaçam numa trama inseparável. Nas peças que assisti, especialmente quando o drama é a temática central, observo o quanto as falas, o comportamento e as situações das personagem se parecem com fatos que já circundaram a minha vida ou de pessoas muito próximas a mim, ainda que num grau bem diminuto; neste sentido percebo a arte imitando a vida real, tirando dela suas motivações para o entreterimento reflexivo, todavia, ao retirar da realidade suas inspirações, o teatro, enquanto arte, e arte crítica, a veste de uma nova roupagem, acrescentando novos elementos à realidade reproduzida; tal acrescimo faz da obra teatral algo novo, inédito, que choca, que encanta e, por vezes, incomoda, expressando assim a arte, arte que influência, motiva e modifica a vida das pessoas que a contemplam, pessoas que, de certo modo, em sua vida imitam a arte teatral, fazendo dessa troca, dialética em certo ponto, a evolução cultural, de construir, destruir o construído e novamente se reconstruir.
Entre as peças que mais marcaram minha vida destaco uma: "A Mandragora" - Peça de 1518 Nicolau Maquiavel (1469-1527) "O texto nos mostra a estória de Calímaco, um homem jovem e rico, que está apaixonado por Lucrécia, que é casada com Messer Níssia. Disposto a tudo, Calímaco, com a ajuda de Ligúrio, se envolve numa série de trapaças e engana a todos para conseguir o que deseja: passar uma noite de amor com a mulher. Finge ser um médico e é contratado, pelo próprio marido, para resolver o problema de esterilidade da moça. O marido, concorda com a receita dada pelo falso médico, e permite que sua esposa passe a noite com um outro homem, para que assim o efeito da fórmula, a base de mandrágora, faça o efeito. Obviamente esse homem será o próprio 'médico'. A mandrágora é uma raiz nativa do sul da Europa e dos países do Mediterrâneo oriental. Os gregos antigos a misturavam com o vinho (que então era normalmente servido contendo várias ervas, além de água do mar provavelmente para amenizar o seu paladar). A utilizavam também como anestésico, em sua medicina. O grande discurso do autor é mostrar as várias formas de se corromper ou de ser corrompido. Para isso não poupa ninguém: todos os personagens, em algum momento são "subornados" por outro(s)."

Eu amo o teatro!

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